terça-feira, 17 de setembro de 2013

JESUS, MARTIN LUTHER KING E OS EXCLUÍDOS

       
          Não quero nesta reflexão comparar Martin Luther King a Jesus, mas apontar as semelhanças entre ambos na luta pela causa pelo fim das injustiças sociais entre as pessoas. Abordar semelhanças nas ações, metodologia, ambiente social e público-alvo.

O discurso entre ambos é o que mais me chama atenção, pois se lermos os ditos de Jesus nos evangelhos e o de Martin L King em 1963, vemos que ambos se dirigem ao povo pobre, excluído e segregado – israelenses pela religiosidade oficial e norte-americanos pelo cor da pele – mas que despejam contra os líderes do povo sua insatisfação, compaixão e amor pelos pobres.
            Tanto Jesus quanto Martin defendem as causas do seu povo, não é o que poderíamos exemplificar como “um rico defendendo a causa do pobre, ou um branco lutando ao lado dos negros”. Aqui tanto um quanto o outro fazem parte do povo que eles representam. Jesus vindo da pobre Nazaré, ao norte de Israel que fazia fronteira com a Fenícia e a Síria, longe do centro político, econômico e religioso que era Jerusalém ao sul, representava todos os pobres de Israelenses, assim como ele o era. Martin nasceu em Atlanta, estado da Geórgia, sua família era composta por agricultores no sistema de arrendamento. Enquanto pastor batista por quarenta anos em plena crise da Depressão Americana, mobilizara a comunidade para impedir o fechamento da Igreja Batista Ebenezer, que o fez com sucesso. Com isso tornou-se influente entre os negros e certa parte dos homens brancos de Atlanta. Martin foi tão influente na política norte-americana que através de sua indicação à candidatura a presidência pelo partido democrata, Carter venceu as eleições em 1976. Todo este prestígio foi resultado de várias ações partindo da Geórgia, como a defesa da classe dos professores, exploração das empresas de transporte e direitos civis dos negros.
            Jesus e Martin L King usam uma metodologia semelhante para falar para seu povo e ser plenamente compreendido. Jesus usava as parábolas com símbolos comuns da cultura judaica como figueira, ramos, semeador, dracma, alqueire, dentre outras. Jesus utilizava palavras que estavam no dia-a-dia de seu povo, eram muitas vezes árvores, frutos, instrumentos de trabalho, móveis, fenômeno da natureza dentre outros. Em seu célebre discurso Martin L King utiliza-se de um vocabulário muito usado para a década de 1960, como por exemplo cheque, promissória, fundos insuficiente, verão/outono, xícara da amargura, dentre outros. Com certeza o povo americano sabia bem qual a importância do cheque para o cotidiano econômico da nação e as heranças do chá da tarde, típico de países colonizados pela Inglaterra.

            Apesar de épocas tumultuosos de defesa de direitos, Jesus e Martin L. King conviveram a sobra da violência e da repressão, tanto um quanto foram presos por tentarem chocar o estado com suas ideias de igualdade social, o primeiro morto pelo Estado romano e o segundo liberto pelo Estado americano. Mesmo assim ambos chamam seu ouvintes para a responsabilidade que tinham de promulgar a paz entre os homens. Martin em seu discurso clama para que brancos e negros se deem as mãos como irmãos e Jesus choca a sociedade judaica cuidando de samaritanos, fenício-sírios, romanos e judeus. Ambos não encintavam a violência entre seus seguidores, Martin em seu discurso deixa isso bem claro e Jesus ao repreender Pedro que atacara um soldado romano ao defender seu mestre, ou padecer na mãos de seus inimigos calado como relatam os evangelhos.

            Por fim, Jesus e Martin eram dois líderes religiosos de muita influência entre os seus e odiados pelos seus opositores. Martin liderava uma massa de homens negros e simpatizantes brancos inicialmente do sul das doze colônias, já Jesus desde sua terra, Nazaré ao norte de Israel até Jerusalém ao sul, congregava em torno de si uma grande multidão de adeptos e inimigos. Ambos eram religiosos, um era pastor e líder da denominação Batista Ebénezer e o outro chamado de rabi pelos seus ouvintes, título dado aos mestre da lei que ensinavam a palavra de Iahweh para o povo. Não dá para situá-los numa luta por justiça social fora de suas influências religiosas, neste contexto a religião serve de trampolim para Martin chegar a fazer esse famoso discurso em Washington e Jesus utiliza-se dos espaços sagrados para o judaísmo como o Templo de Jerusalém e as sinagogas espalhados por Israel onde curava e ensinava ao povo.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Jesus ressuscitou, meu amigo

QUERIDO AMIGO.

Que a Graça e a paz do Senhor Jesus esteja contigo.

         Por meio desta carta gostaria de lhe esclarecer da parte do Senhor Jesus temas que te interessarão e que sei que te inquietam, como acerca da ressurreição do nosso Senhor.
         Sabemos que as Escrituras Sagradas bem falam a cerca da ressurreição do nosso Senhor Jesus e que os Apóstolos Pedro e o que Jesus amava, pela referência João, além das mulheres que fizeram parte do seu ministério terreno foram as primeiras testemunhas oculares. Cristo ao ressuscitar fez questão de anunciar às mulheres que participaram assim como os apóstolos do ministério do nosso Senhor como bem relata Mateus: E, indo elas a dar as novas aos seus discípulos, eis que Jesus lhes sai ao encontro, dizendo: Eu vos saúdo. E elas, chegando, abraçaram os seus pés, e o adoraram. Então Jesus disse-lhes: Não temais; ide dizer a meus irmãos que vão à Galileia, e lá me verão (Mt 28:9-10). Depois das mulheres os dois discípulos, Pedro e João (o que Jesus amava), viram o sepulcro aberto e os panos enrolados em outro lugar, como o evangelista João assim fala: Chegou, pois, Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro, e viu no chão os lençóis, E que o lenço, que tinha estado sobre a sua cabeça, não estava com os lençóis, mas enrolado num lugar à parte (Jo 20:6-7).
Nosso Senhor Jesus escolheu a Galileia como encontro para aparecer a todos os que o seguiam. O mais impressionante é que a Galileia foi onde ele inicia seu ministério terreno, de pregação do evangelho e de libertação da opressão vivida pelo povo mais pobre e excluído da sociedade imperial romana e da religiosidade nacional judia. Isso vemos nos relatos do evangelista Marcos que não viu a Jesus, mas que mesmo assim creu nele: Mas ide, dizei a seus discípulos, e a Pedro, que ele vai adiante de vós para a Galileia; ali o vereis, como ele vos disse (Mc 16:7). O ministério peregrino de Cristo iniciara na Galileia onde Ele chama os primeiros discípulos Pedro e seu irmão André, além de João e seu irmão Tiago, que eram pescadores, e nesta região começou a proclamar o evangelho do reino, a ensinar nas sinagogas e a curar os enfermos. É também na Galileia que Jesus anuncia sua morte e ressurreição, mas seus discípulos não compreenderam se recordando destas palavras quando o anjo que estava no sepulcro os lembra como nos mostra outro evangelista que creu em Jesus sem o ter conhecido, Lucas: Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos como vos falou, estando ainda na Galileia, dizendo: Convém que o Filho do homem seja entregue nas mãos de homens pecadores, e seja crucificado, e ao terceiro dia ressuscite. E lembraram-se das suas palavras (Lc 24:6-8).
Em discurso sobre Jesus Pedro afirma no Pentecostes que a morte não pôde impedir que Jesus voltasse à vida e que Deus não deixou seu filho apodrecer na sepultura, mas antes o ressuscitou e hoje está assentado a sua direita assim como está escrito: A este que vos foi entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, prendestes, crucificastes e matastes pelas mãos de injustos; Ao qual Deus ressuscitou, soltas as ânsias da morte, pois não era possível que fosse retido por ela (At 2:23-24). Paulo diante do rei Agripa e de todos os que queriam matar-lhe afirmou que a vinda de Jesus, sua morte e sua ressurreição dos mortos nada mais foi do que o cumprimento do que disseram Moisés e os profetas, como está registrado: Mas, alcançando socorro de Deus, ainda até ao dia de hoje permaneço dando testemunho tanto a pequenos como a grandes, não dizendo nada mais do que o que os profetas e Moisés disseram que devia acontecer, Isto é, que o Cristo devia padecer, e sendo o primeiro da ressurreição dentre os mortos, devia anunciar a luz a este povo e aos gentios (At 26:22-23).
       Escrevo-te estas coisas amigo para que compreendas que não é atual a descrença na ressurreição de Jesus Cristo e que os evangelistas e primeiros líderes da Igreja de Cristo se dedicaram a defender e a ensinar com suas próprias vidas e assim como Cristo ressuscitou iremos ressuscitar no último dia para vivermos de pleno gozo e alegria na presença do nosso Senhor. Todas essas palavras te sirvam para fortalecer sua fé em Jesus Cristo, hoje e sempre, amém!