Na
Jornada Mundial da Juventude – JMJ no Rio de Janeiro em 2013, o papa Francisco
chama atenção dos jovens católicos para o compromisso da evangelização. Aos
líderes o pontífice instiga-os para saírem de suas paróquias, pois o povo está
nas ruas, nos subúrbios e esse deveria ser o lugar dos católicos, no meio do
povo que precisa ser visto com compaixão. Talvez o papa Francisco tenha lido o
evangelho segundo São Marcos antes de vir ao Brasil.
O
fato não se concentra nos religiosos católicos e sim dos cristãos em geral.
Jesus ao responder o pedido dos discípulos para que a multidão fosse dispensada
para suas casas para que cada um pudesse se alimentar, Jesus replica “Dai-lhes
vós de comer” (Mc. 6.37a). Será que essa realidade não se repete hoje em dia?
Jesus não quer que a multidão vá embora, porque elas não sabem para onde ir. Os
discípulos queriam se livrar da multidão, enquanto Jesus imperativamente os
chama a responsabilidade de cuidar das pessoas.
A partir disso proponho a seguinte reflexão:
Porque preferimos os que necessitam de ajuda bem longe de nós, mas dizemos que
amamos estar na presença de Jesus? Existe aqui um antagonismo desolador. Os
discípulos estavam com Jesus, mas não compreendiam o que isso implicava.
Preferimos alimentar nossa religiosidade, assim como fazia os líderes judeus,
ao nos comover com a situação do outro e ser impulsionado por este sentimento à
uma ação energética como fazia Jesus de Nazaré. Porque não damos nós mesmos o
pão? Jesus daria.
Diaconia
é serviço e Jesus o fazia à olhos de todos, como ele mesmo afirmou que não
veio
para ser servido e sim para servir (Mc 10.45b). Os discípulos não entendiam
isso, e talvez o cristianismo como se dá hoje em dia não se interesse. Não é um
serviço temporário como em desastres ambientais, acidentes etc. Jesus o fazia
por apenas existir a exclusão. Dizer que é seguidor de Jesus é se engajar na
luta contra as injustiças sociais em suas múltiplas formas, mas principalmente
com o que temos, sendo pouco ou muito, mas podemos servir as pessoas que necessitam
se houver compaixão em nós, assim como foi recolhido dentro o povo cinco pães e
dois peixes e isso foi o suficiente para saciar a fome da multidão, assim
podemos multiplicar o pouco em bastante ou em suficiente para amenizar a dor de
quem não tem nada. Assim como o papa Francisco declarou para os católicos,e que declaro de forma mais geral: que possamos sair de
nossas igrejas e ir ao encontro dos que necessitam encontrar um rumo, uma
esperança, um sentido.
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